Bahia anuncia plano em São Marcos após morte de Caíque

O governo da Bahia consolidou nesta quinta-feira, 16 de outubro, um acordo com moradores de São Marcos, Pau da Lima e familiares de Caíque dos Santos Reis para elaborar um plano de ações que fortaleça políticas públicas e direitos humanos nos dois bairros, após a morte do adolescente em operação da Polícia Militar em 28 de setembro.

O entendimento formaliza a segunda rodada de negociações iniciadas em 7 de outubro, quando lideranças entregaram o “Manifesto Justiça por Caíque” no Centro de Operações e Inteligência. O documento cobra proteção à vida, enfrentamento ao racismo institucional e ampliação de programas voltados à juventude negra; todas as reivindicações passaram a integrar a pauta oficial do Executivo estadual.

No encontro desta quinta, secretários estaduais de Justiça e Direitos Humanos, Assistência e Desenvolvimento Social e Políticas para as Mulheres, além do subsecretário da Segurança Pública, representantes da Igualdade Racial e da Secretaria de Relações Institucionais, reiteraram o compromisso de construir, em parceria com a sociedade civil, um cronograma detalhado de intervenções imediatas e de médio prazo.

Entre as medidas já agendadas está a realização da Caravana dos Direitos Humanos em São Marcos, prevista para o início de dezembro. O evento levará oficinas, escutas públicas e prestação de serviços diretamente ao território, com fases de pré-mobilização, atendimento e acompanhamento pós-caravana para assegurar continuidade das ações.

Além da caravana, o Executivo viabilizará iniciativas específicas de cultura, educação, trabalho, renda e assistência social para a juventude local. A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial manterá atendimentos psicológicos iniciados logo após o assassinato, enquanto a Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte desenvolverá projetos voltados à qualificação profissional e ao primeiro emprego.

Para a superintendente de Apoio aos Direitos Humanos, Trícia Calmon, a metodologia empregada pela caravana gera mobilização permanente: ela atua “antes, durante e depois” do evento, garantindo que a comunidade permaneça articulada com os órgãos governamentais e colha resultados tangíveis no cotidiano.

O processo de elaboração do plano seguirá o modelo de co-construção: ciclos de escuta, debates temáticos e imersões no território definirão prioridades, metas, responsáveis e prazos, com a próxima reunião de monitoramento marcada para novembro. A proposta é que cada passo seja acompanhado publicamente para aumentar a transparência e a confiança mútua.

O diálogo foi sediado na Secretaria de Relações Institucionais e contou com representantes da Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES), Educação (SEC), Coordenadoria de Juventude, Assembleia Legislativa da Bahia e Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos, consolidando uma articulação intersetorial considerada essencial para a efetividade do plano.

Foto: Ascom/Bahia Pela Paz

Fonte das informações: Ascom/Bahia Pela Paz

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