Temporada França-Brasil 2025 leva 15 mil aos museus do IPAC

A Temporada França-Brasil 2025 consolidou-se como o principal polo cultural de Salvador ao ultrapassar 15 mil visitantes nos espaços administrados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). O fluxo soma as entradas registradas no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), no Museu de Arte da Bahia (MAB) e no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA), confirmando a alta adesão do público às mostras que celebram dois séculos de intercâmbio artístico entre Brasil e França.

No MAM-BA, a abertura da temporada foi marcada pela exposição “O Avesso do Tempo”, do artista franco-beninense Roméo Mivekannin. A mostra reúne 11 obras em que o criador insere autorretratos em releituras de ícones clássicos, como “A Barca de Dante”, de Delacroix, para problematizar autoria, representatividade e a ausência de figuras negras na história da arte ocidental. Resultado de parceria com o Louvre-Lens, Instituto Francês, Galeria Cécile Fakhoury e Consulado-Geral da França, a exposição fica em cartaz até 16 de novembro e conta com apoio das instituições baianas Secretaria de Cultura, IPAC e MAM-BA.

O MAB exibe “Fatumbi”, encontro inédito entre as 110 fotografias de Pierre Verger e 16 criações do artista franco-beninense Emo de Medeiros, desenvolvidas com inteligência artificial. A curadoria é dividida por Medeiros e por Alex Baradel, diretor cultural da Fundação Pierre Verger. O percurso apresenta três momentos: Verger observador das culturas afro-brasileiras, sua iniciação como babalaô no Benim — quando passa a ser chamado Fatumbi — e sua atuação como mediador simbólico entre os dois lados do Atlântico. A iniciativa conta com apoio da Embaixada da França no Brasil, do Instituto Çaré e da Corrupio Vídeo.

Já o MAC_BAHIA recebeu a mostra “Coleção_FRAC no MAC_BAHIA”, dedicada à videoarte. Vindas da França, as obras oferecem ao público uma imersão em novas linguagens digitais e discutem temas contemporâneos como migração e deslocamento. A programação inclui ainda oficinas gratuitas de realidade virtual, realidade aumentada, desenho com inteligência artificial, edição de vídeo em dispositivos móveis e visitas guiadas, todas com número limitado de vagas e inscrições realizadas pouco antes de cada atividade.

Além das exposições ligadas diretamente à temporada, os três museus mantêm mostras paralelas que ampliam o cardápio cultural. No MAC_BAHIA, o público encontra “Mar Caymmi”, “Afetos Itaparicanos”, a MURO Galeria de Arte Urbana e a ocupação “Curta Cena no MAC”. Já o MAB apresenta “Bancos Indígenas do Brasil: Rituais”, “Carybé e o Povo da Bahia” e a sala audiovisual “CurtaMab”, dedicada a entrevistas sobre “Fatumbi” e “Transmutations”. O MAM-BA, por sua vez, exibe “Quem Viaja Arrisca”, “Linha do Tempo do MAM” e resultados de oficinas que abordam xilogravura e metodologias artísticas colaborativas.

A agenda é reforçada por atividades formativas e espetáculos. No MAC_BAHIA, oficinas de realidade virtual, realidade aumentada e animação de personagens com inteligência artificial ocorrem entre 18 e 20 de setembro, além de visitas guiadas diárias e aula de circo para crianças. O MAB sedia, em 18 de setembro, feira agroecológica e aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais sobre curadoria afro-brasileira, conduzida pelo antropólogo Hélio Menezes. Em 19 de setembro, o espaço recebe o espetáculo “Primavera Solidária”, com três sessões gratuitas.

O fim de semana no MAB inclui ainda o Clube de Leitura LGBTI+, curso imersivo “A função da arte?” e apresentação do solo de ballet “D’cor e Saltiado”. No MAM-BA, as atrações do sábado, 20 de setembro, são o show da Banda Groundation na Praça Letieres Leite, enquanto a Praça das Artes abriga, no mesmo dia, o “Caruru do Bloco Alvorada”. No domingo, 21 de setembro, o local recebe a apresentação de Olodum intitulada “Primavera dos Povos Africanos”.

Segundo o IPAC, o volume de visitantes evidencia o êxito do planejamento conjunto entre os governos francês e baiano para celebrar os 200 anos de relações culturais. A estratégia combina exposições internacionais e programação educativa gratuita, reforçando o compromisso da instituição com a democratização do acesso à arte. Para quem deseja conhecer as mostras, os três museus funcionam de terça a domingo, das 10h às 18h, com entrada gratuita em todas as galerias ligadas à temporada.

O presidente do IPAC destaca que o balanço parcial de 15 mil entradas ainda não inclui a expectativa de público das atividades de setembro, indicando potencial de crescimento significativo até o encerramento da programação. A Temporada França-Brasil 2025 prossegue até novembro nos museus baianos, enquanto outras ações do calendário binacional seguirão acontecendo em diversos estados brasileiros.

Informações detalhadas sobre todas as exposições, horários e inscrições para oficinas podem ser consultadas nos canais oficiais do IPAC e dos museus, que atualizam as agendas em tempo real. A instituição reforça a orientação para que interessados cheguem com antecedência às atividades de número restrito, devido à alta procura registrada desde o início da temporada.

Foto: Fernando Barbosa/Ascom IPAC

Fonte das informações: Ascom/IPAC

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