Confiança Empresarial Baiana Cresce para -149 em Setembro de 2025

O Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (ICEB) registrou -149 pontos no mês de setembro de 2025, marcando uma melhora de 12 pontos na comparação com o resultado de agosto, que foi de -161 pontos. Apesar da alta, o índice calculado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) permanece na zona de pessimismo moderado, faixa que compreende pontuações entre -250 e zero na escala que varia de -1.000 a 1.000 pontos. Esta é a vigésima avaliação consecutiva em que o indicador se mantém em território negativo, refletindo um cenário prolongado de cautela entre os líderes do setor produtivo baiano.
Segundo análise técnica do órgão estadual, a recuperação verificada entre agosto e setembro não foi suficiente para compensar integralmente a forte queda de 28 pontos observada no período anterior. O comportamento do indicador ao longo dos primeiros nove meses do ano demonstra uma trajetória volátil, sem a consolidação de uma tendência clara de crescimento ou declínio sustentado. Luiz Fernando Lobo, especialista em produção de informações econômicas da SEI, enfatiza que a série histórica de 2025 é caracterizada por oscilações que impedem uma definição categórica sobre a direção das expectativas empresariais.
A composição setorial do ICEB revela que a alta de setembro não foi uniforme entre todos os segmentos da economia baiana. O grupamento de Serviços apresentou recuo em seu nível de confiança, enquanto o de Agropecuária contabilizou a expansão mais significativa no período. Contudo, é crucial destacar que nenhum dos quatro grandes setores pesquisados alcançou uma avaliação positiva, mantendo-se todos em patamares negativos. A Agropecuária registrou a melhor performance relativa, com -71 pontos, posicionando-se como o setor menos pessimista. Na sequência, aparecem o Comércio com -88 pontos, a Indústria com -146 pontos e, por fim, os Serviços com o nível mais baixo de confiança, marcando -182 pontos.
A pesquisa conduzida pela SEI também detalha a percepção empresarial sobre variáveis econômicas específicas. Entre o conjunto de temas avaliados, os assuntos crédito, situação financeira das empresas e performance do PIB estadual foram aqueles que geraram as expectativas mais desfavoráveis para o futuro. Em contrapartida, as variáveis relacionadas à inflação, aos juros e ao volume de vendas apresentaram os indicadores de confiança em situação menos desfavorável, indicando um relativo alívio dos empresários quanto à evolução desses fatores específicos no curto prazo.
Apesar do ambiente geral ainda ser de moderado pessimismo, a análise dos dados em perspectiva anual oferece um contraponto. O saldo líquido do ICEB no acumulado de janeiro a setembro de 2025 permanece positivo, o que sugere que, na visão agregada do empresariado, a percepção sobre o futuro econômico encontra-se em patamar superior ao verificado no início do ano. Essa avaliação de longo prazo indica uma relativa resiliência das expectativas, mesmo diante dos resultados mensais negativos e da aparente falta de uma trajetória linear.
O ICEB consolida-se como um termômetro essencial para o acompanhamento do clima de investimentos e da predisposição para expansão dos negócios no estado. Seu cálculo baseia-se na apuração sistemática das expectativas de donos de empresas e gestores de alto escalão sobre a situação económica atual e as perspectivas para os meses seguintes. A manutenção do indicador por vinte meses consecutivos em zona negativa sublinha os desafios persistentes enfrentados pelo setor produtivo, mas a melhora pontual de setembro pode sinalizar um processo lento de ajuste e adaptação às condições de mercado.
O boletim analítico completo com os dados detalhados e a metodologia de apuração do Indicador de Confiança do Empresariado Baiano para setembro de 2025 está disponível para acesso público no portal oficial da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.
Foto: Mateus Pereira/GOVBA
Fonte das informações: Ba