Prêmio Bahia Sustentável: vencedores concluem intercâmbio em PE

Vencedores do Prêmio Bahia Sustentável 2024 encerraram nesta sexta-feira (12) uma imersão técnica de cinco dias em Recife (PE), voltada a aprimorar práticas de gestão costeira e conservação marinha. Financiada pelo Fundo Estadual de Recursos para o Meio Ambiente (FERFA) e acompanhada por servidores da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema), a agenda incluiu reuniões institucionais, mergulhos em recifes, oficinas de restauração de corais e visitas a laboratórios de pesquisa.

O programa começou na segunda-feira com encontro na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (SEMAS-PE), onde os premiados alinharam estratégias de proteção recifal e discutiram políticas públicas conjuntas entre Bahia e Pernambuco. Na terça (9), o grupo viajou a Maragogi (AL) para um mergulho com a equipe da Biofábrica de Corais, conhecendo in loco berçários de corais e técnicas de cultivo utilizadas para acelerar a recuperação de áreas degradadas no litoral nordestino.

Na quarta-feira (10), os participantes estiveram no laboratório do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (CEPENE), unidade do ICMBio. Pesquisadores apresentaram resultados de projetos de monitoramento e demonstraram métodos de avaliação da saúde dos recifes, enquanto a comitiva baiana expôs iniciativas locais premiadas na categoria Ideia Sustentável – subcategoria Inovação Tecnológica.

As atividades práticas prosseguiram na quinta-feira (11). Pela manhã, os vencedores prepararam fragmentos de corais nos tanques da Biofábrica; à tarde, mergulharam para fixar as mudas na fazenda submarina mantida pela instituição. Segundo técnicos do projeto, cada fragmento implantado pode originar colônias capazes de cobrir até um metro quadrado de substrato em dois anos, reduzindo em 40% o tempo médio de restauração natural.

O último dia foi dedicado à sede da Biofábrica, instalada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A equipe apresentou estações de pesquisa, módulos de inovação em biotecnologia marinha e a linha de produção de substratos artificiais utilizados na replicação de corais. Para a servidora da Sema Laiane Santos, responsável pela Coordenação de Gestão dos Fundos (COGEF), a iniciativa concretiza o propósito do prêmio ao “promover conexões entre especialistas e abrir caminhos para parcerias focadas na recuperação dos recifes do litoral baiano”.

Rudã Fernandes, gestor da Biofábrica de Corais, destacou que a visita estimula intercâmbio científico contínuo. “A troca de experiências cria oportunidades que podem resultar em políticas públicas mais eficazes na Bahia”, afirmou, acrescentando que o contato direto com projetos já em execução acelera a curva de aprendizagem dos profissionais baianos e amplia o impacto de ações de restauração.

Instituído em 2012 pelo Decreto Estadual nº 14.225, o Prêmio Bahia Sustentável reconhece projetos iniciados a partir de 2020 com foco em restauração de áreas degradadas, combate à desertificação e mitigação dos efeitos da mudança do clima. Na edição de 2024, além da viagem técnica, os vencedores receberam troféu e autorização para usar o selo “Vencedor”, fortalecendo a visibilidade de suas iniciativas em editais de financiamento e parcerias institucionais.

Todos os finalistas integram o Banco de Projetos do Prêmio, ferramenta que dissemina boas práticas e facilita a replicação de soluções ambientais em diferentes regiões do estado. De acordo com a Sema, a inclusão no banco amplia a chance de captação de recursos e a participação em programas de pesquisa colaborativos. A pasta planeja lançar, ainda em 2026, uma plataforma on-line para monitorar o progresso e os resultados quantitativos dos projetos laureados.

O FERFA, mecanismo que sustenta financeiramente o prêmio e o intercâmbio, foi criado para canalizar receitas de compensação ambiental e multas administrativas em ações de proteção do patrimônio natural baiano. Somente em 2024, o fundo destinou R$ 15 milhões a iniciativas que combinam inovação tecnológica e impacto socioambiental direto, segundo dados preliminares da Sema.

Com a conclusão da missão em Recife, os vencedores retornam à Bahia munidos de protocolos atualizados de restauração recifal, contatos estratégicos com universidades e centros de pesquisa e um cronograma de colaboração com a Biofábrica de Corais para transferir know-how às comunidades costeiras do estado. A Sema prevê que os resultados iniciais das parcerias fomentadas no intercâmbio sejam apresentados em relatório público no primeiro trimestre de 2026.

Crédito Foto: Ascom/SEMA

Fonte das informações: SECOM – Secretaria de Comunicação Social

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