Operação Erva Afetiva prende dois e busca influencer

A Polícia Civil da Bahia executou nesta quarta-feira, 22 de outubro de 2025, a Operação Erva Afetiva para desarticular um esquema interestadual de tráfico de drogas que utilizava as redes sociais para promover e comercializar maconha. A ação resultou no cumprimento de dez mandados de busca e apreensão em Salvador e São Paulo, além de três ordens de prisão, duas delas efetivadas em Lauro de Freitas. O alvo principal, uma influenciadora digital com mais de 300 mil seguidores, não foi localizada e é considerada foragida.

Conduzida pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), a operação mobilizou equipes de inteligência, campo e perícia para atingir simultaneamente residências e pontos de apoio do grupo criminoso nas duas capitais. Cinco mandados de busca foram cumpridos na região metropolitana de Salvador e outros cinco na cidade de São Paulo, indicando a abrangência da rede que abastecia consumidores em diferentes estados.

Em Lauro de Freitas, os policiais capturaram dois homens que tinham contra si mandados de prisão temporária. Com um deles, os agentes apreenderam 1,4 kg de maconha tipo skank, 270 g de haxixe, porções de maconha convencional, balanças de precisão, embalagens plásticas, celulares, cartões bancários e dois veículos suspeitos de servir ao transporte da droga. O material embasa ainda um auto de prisão em flagrante por tráfico, conforme prevê a legislação.

De acordo com as investigações iniciadas em 2024, a influenciadora é apontada como articuladora do esquema. Ela publicava vídeos e postagens em que fazia apologia ao consumo de entorpecentes, ensinava seguidores a burlar fiscalizações em rodovias e aeroportos e intermedeava vendas, conectando fornecedores da Bahia e de São Paulo a consumidores que a acompanhavam nas plataformas digitais. Em troca, recebia pagamentos ou vantagens comerciais.

Os levantamentos mostram que a investigada já havia sido conduzida anteriormente a uma delegacia após ser flagrada com uma porção de droga no aeroporto. Mesmo após o episódio, continuou utilizando seu alcance na internet para divulgar a substância. Em dezembro passado, no período natalino, chegou a distribuir kits com cigarros de maconha nas ruas como estratégia de autopromoção, reforçando o vínculo com o público e potencializando o alcance do comércio ilícito.

Durante o cumprimento dos mandados voltados à influenciadora, os agentes revistaram três endereços ligados a ela. Nessas localidades foram recolhidas pequenas quantidades de droga e um telefone celular que agora passa por perícia para extração de conversas, históricos de localização e provas que possam confirmar a participação de mais pessoas no esquema. Segundo o diretor do Denarc, delegado Ernandes Júnior, a suspeita permanece foragida e equipes continuam em campo para localizá-la.

O delegado ressaltou que a operação segue em andamento com oitivas de testemunhas, análise de materiais apreendidos e cruzamento de dados bancários dos detidos. A meta é identificar eventuais comparsas, rotas de abastecimento e a estrutura financeira do grupo, garantindo o completo desmonte da rede. “As diligências prosseguem para esclarecer todas as responsabilidades criminais e capturar a principal articuladora”, afirmou o dirigente do Denarc.

A Operação Erva Afetiva reforça a estratégia da Polícia Civil de combater o uso das plataformas digitais como vitrine para o tráfico. O departamento destaca que publicações que normalizam ou incentivam o consumo de entorpecentes configuram crime de apologia e podem ser enquadradas também como associação ao tráfico, especialmente quando há intermediação de vendas. Denúncias anônimas podem ser encaminhadas por meio do Disque-Denúncia 181, instrumento que, segundo a corporação, tem ajudado a rastrear perfis e concretizar ações repressivas.

Os dois presos foram encaminhados para a sede do Denarc, em Salvador, onde passaram por interrogatório e exames de corpo de delito. Ambos permanecerão à disposição da Justiça até decisão sobre possíveis conversões de suas prisões em preventivas. Os veículos apreendidos, registrados em nomes de terceiros, passarão por perícia para verificar adulterações e ligações com o transporte de drogas entre Bahia e São Paulo.

Com a ofensiva, a Polícia Civil busca não apenas interromper o fluxo de entorpecentes, mas também desarticular a rede de influência que estimulava novos consumidores em ambiente virtual. O inquérito deve prosseguir nas próximas semanas com quebras de sigilo de dados, análise de transações financeiras e cooperação com delegacias de entorpecentes de outros estados, visando responsabilizar todos os envolvidos e impedir a recomposição do grupo.

Crédito Foto: Divulgação / Ascom PC

Fonte das informações: Ascom PC

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