Judô baiano conquista ouro e prata nos Jogos da Juventude

Mila Oliveira e Rafaela Borges, ambas com 15 anos, transformaram o primeiro dia de disputas do judô nos Jogos da Juventude 2025, em Brasília, em um momento histórico para a Bahia ao assegurarem, respectivamente, as medalhas de ouro na categoria -44 kg e prata na -48 kg, resultado que coloca o estado na liderança provisória do quadro da modalidade.

A soteropolitana Mila alcançou o topo do pódio após superar, na final, a representante de São Paulo, tradicional potência do judô nacional. Antes da decisão, eliminou atletas do Piauí, Rio Grande do Sul e Maranhão, mantendo atuação dominante do início ao fim da jornada. A conquista ocorre em sua estreia na competição organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e reforça a sequência de resultados da judoca, que foi vice-campeã no Campeonato Brasileiro Cadete, disputado em Salvador em 28 de junho.

Com treinos diários na academia Judô Paulo Fraga, em Lauro de Freitas, Mila destaca o apoio familiar como combustível para a campanha vitoriosa. “Comecei insegura, mas, após a segunda luta, entrei decidida a ser campeã”, afirmou a atleta, que pratica o esporte desde os três anos de idade. Segundo ela, a medalha pertence também aos pais e aos colegas de tatame que compartilham a rotina de preparação física e técnica.

Rafaela Borges, natural de Simões Filho e líder do ranking baiano na categoria -48 kg, garantiu a prata e a primeira medalha nacional da carreira. Estudante do Colégio Estadual Polivalente de Aratu, ela concilia a rotina escolar com sessões de treinamento de segunda a sábado no Instituto Maikon Freitas, localizado igualmente em Lauro de Freitas, chegando em casa próximo da meia-noite. “Estou muito feliz, mas sei que posso evoluir”, declarou após a cerimônia de premiação.

As duas judocas ainda voltarão ao tatame na prova por equipes, agendada para terça-feira, 23 de setembro, último dia da modalidade. O desempenho coletivo poderá ampliar a contagem de pódios do estado e confirmar a solidez do trabalho de base desenvolvido pelos clubes e federação baianos nos últimos anos.

Com os resultados obtidos no judô, a Bahia soma agora quatro medalhas na edição 2025 dos Jogos da Juventude: um ouro, uma prata e dois bronzes. Antes das conquistas deste domingo, Ana Carolina Almeida, também de 15 anos, faturou bronze no wrestling na segunda-feira, 15, enquanto a dupla de vôlei de praia composta por Samara Brandão e Suane Adir repetiu o feito na sexta-feira, 19. Todos os pódios foram conquistados por equipes femininas, evidenciando o avanço do esporte entre as jovens atletas do estado.

A delegação baiana na capital federal reúne 191 integrantes, dos quais 172 são competidores distribuídos em diversas modalidades. Os grupos de viagem foram organizados em três etapas: o primeiro saiu de Salvador em 9 de setembro; o segundo, no dia 14; e o último desembarcou em Brasília no sábado, 20. Passagens aéreas e uniformes foram fornecidos pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação (SEC) e da Superintendência dos Desportos da Bahia (Sudesb), garantindo logística unificada para técnicos, dirigentes, jornalistas e atletas.

Realizados em 33 instalações esportivas — 13 funcionando simultaneamente — os Jogos da Juventude 2025 reúnem cerca de 4.700 atletas de todo o país, que competem em 20 modalidades até 25 de setembro. As disputas têm transmissão ao vivo pelos canais Time Brasil no YouTube e no TikTok, estratégia que amplia a visibilidade dos talentos em formação e reforça a audiência digital do evento.

Para técnicos e analistas de desempenho, o desempenho de Mila e Rafaela valida o investimento em centros de treinamento localizados na Região Metropolitana de Salvador, onde o intercâmbio entre clubes diferentes cria um ambiente competitivo permanente. Especialistas apontam que a experiência adquirida em eventos nacionais é decisiva para a transição dos atletas às categorias júnior e sênior, etapa crucial para a formação de seleções que representarão o Brasil em competições continentais e mundiais.

Os próximos passos das judocas baianas incluem acompanhamento multidisciplinar com foco em periodização de treinos, recuperação e ajuste técnico específico para a temporada 2026, que terá, entre os principais compromissos, o Campeonato Brasileiro e seletivas para torneios internacionais da Confederação Brasileira de Judô. Enquanto isso, a expectativa para a disputa por equipes mantém a atenção da torcida baiana, que poderá assistir às lutas pelo streaming oficial e, possivelmente, celebrar novos pódios antes do encerramento da competição em Brasília.

Crédito Foto: Jéssica Tavares/Ascom Sudesb

Fonte das informações: Ascom/Sudesb

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