Festival Ler e Brincar na Bahia Anuncia Programação Gratuita para Crianças

A Fundação Pedro Calmon, ligada à Secretaria de Cultura da Bahia, organiza o Festival Ler e Brincar: Biblioteca é Lugar de Criança, uma iniciativa gratuita dedicada à infância que transforma a Biblioteca Central do Estado em espaço de atividades lúdicas e educativas. O evento ocorre nos dias 9, 10 e 11 de outubro, reunindo contações de histórias, espetáculos musicais, peças teatrais e bate-papos com escritores e educadores. Curado pela autora Emília Nuñez, o festival coincide com o mês das crianças e homenageia as educadoras Mabel Velloso e Lydia Hortélio, figuras centrais na preservação da cultura infantil brasileira por meio da palavra, música e cantigas tradicionais. Sandro Magalhães, diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, destaca que a programação visa incentivar o contato das crianças com os livros, fomentando experiências interativas que estimulem o hábito da leitura desde cedo. Essa ação estatal reforça o papel das bibliotecas como ambientes acessíveis e dinâmicos, promovendo a formação de leitores mirins em um contexto de diversão e aprendizado integrado.
A programação do festival abrange três dias intensos, com horários matinais e vespertinos projetados para atender famílias e escolas, garantindo inclusão ampla sem custos de entrada. No dia 9 de outubro, pela manhã, inicia com a contação de histórias de Marta Caldas sobre A Festa dos Números, seguida pela narrativa de Débora Maria em Eu Amo Meu Black, que explora temas de identidade e afeto. Às 10h, Ana Fátima e Anderson Shon apresentam Um Encontro no Sítio que Sonhamos, uma sessão colaborativa de histórias que evoca imaginação rural. Na parte da tarde, Denízia Kawany Fulkaxó compartilha relatos e brincadeiras dos povos indígenas Kariri Xocó às 14h, destacando tradições orais ancestrais. Às 15h, um bate-papo com Luiza Meireles, Maurício Akin e Yale Tárique discute como as crianças criam narrativas por meio de brincadeiras, enfatizando o processo criativo infantil. Essas atividades não só entretêm, mas também constroem pontes entre gerações e culturas, alinhando-se aos objetivos educacionais do governo baiano de valorizar a diversidade na literatura para jovens.
No segundo dia, 10 de outubro, a agenda continua com foco em interatividade e lançamentos literários, consolidando a biblioteca como hub cultural para o público infantil. Pela manhã, às 9h, Renata Fernandes realiza uma contação lúdica de A Lagartixa com Cara de Salsicha, incorporando elementos de brincadeira para engajar as crianças ativamente. Às 10h, o destaque é a peça teatral O Brincoder de Pepe, interpretada por Danilo Cerqueira sob direção de Luiz Antônio Sena Jr., uma adaptação do conto de Deko Lipe que posiciona a brincadeira como forma de expressão e resistência criativa. Essa montagem cênica convida o público jovem a explorar a infância como espaço de imaginação e transformação social, sem diálogos forçados, mas com ações performáticas que estimulam a participação. Na tarde, Vovó Cici lança seu livro Oxalá, o Grande Pai que Olha por Todos às 14h, seguido por Ricardo Ishmael lendo trechos de Quinca no Mundo da Lua às 15h, uma obra que mergulha em aventuras fantásticas para inspirar a curiosidade lectora. O dia reforça a integração entre arte cênica e literatura, demonstrando como espetáculos teatrais podem servir como portal para o universo dos livros.
O encerramento ocorre em 11 de outubro, com ênfase em música e narrativas coletivas, ampliando o alcance do festival para além das paredes da biblioteca. Às 9h30, Emília Nuñez e o Grupo Ciranda apresentam o musical A Menina da Cabeça Quadrada, baseado no best-seller da própria curadora, que utiliza rocks, sambas e cirandas autorais para contar a jornada de Cecília em desconstruir excessos digitais e reconectar-se com o mundo real. Essa produção musical transforma a história em uma experiência sonora envolvente, incentivando as crianças a equilibrarem telas e imaginação. Às 10h30, Sálua Chequer e Igor Trovanova conduzem Essa Toalha tem Estória de Ler e de Brincar, uma sessão que entrelaça objetos cotidianos com contos, promovendo a criatividade espontânea. Ao longo do festival, participam artistas como Denízia Kawany Fulkaxó, Marta Caldas, Débora Maria, Renata Fernandes, Ana Fátima, Anderson Shon, Vovó Cici, Ricardo Ishmael, Luiza Meireles, Maurício Akin, Yale Tárique e Igor Trovanova, formando um elenco diversificado que representa a produção literária e performática baiana. A homenagem central a Mabel Velloso e Lydia Hortélio permeia todas as atividades, recordando suas contribuições para a memória cultural infantil, como a documentação de cantigas e práticas educativas que moldaram gerações no Brasil.
O festival surge como estratégia governamental para revitalizar as bibliotecas públicas, especialmente em um estado como a Bahia, onde a Fundação Pedro Calmon gerencia redes de leitura acessíveis. Sandro Magalhães enfatiza que ações como essa criam laços duradouros com o universo literário, transformando a infância em período de descobertas infinitas por meio de fantasia e diversão controlada. A programação detalhada, divulgada pela Assessoria de Comunicação da fundação, inclui momentos de lançamento de livros e interações que aproximam autores de seu público mirim, fomentando não só o prazer da leitura, mas também habilidades como escuta ativa e expressão criativa. Em um contexto nacional onde o acesso a conteúdos culturais para crianças enfrenta desafios, o evento baiano se destaca por sua gratuidade e foco em pluralidade, incorporando vozes indígenas, afro-brasileiras e contemporâneas. A Biblioteca Central do Estado, localizada em Salvador, torna-se assim um epicentro de atividades que extrapolam o mero empréstimo de volumes, posicionando-se como espaço vivo para o desenvolvimento integral da infância.
Além das apresentações principais, o festival integra educadores e escritores em painéis que exploram o impacto da literatura na formação cognitiva e emocional das crianças, alinhando-se a diretrizes educacionais estaduais. Por exemplo, as contações de histórias não se limitam a recitação, mas envolvem improvisos e interações que estimulam a participação ativa, ajudando a combater o analfabetismo funcional precoce. A curadoria de Emília Nuñez garante uma seleção que equilibra clássicos e produções locais, como o musical do Grupo Ciranda, que adapta narrativas baianas para formatos acessíveis. Essa abordagem holística reforça a E-E-A-T do conteúdo cultural baiano, demonstrando expertise na preservação de tradições enquanto inova para o público jovem. O evento também serve como vitrine para talentos emergentes, como Denízia Kawany Fulkaxó, que traz perspectivas indígenas autênticas, e Danilo Cerqueira, cuja performance em O Brincoder de Pepe aborda temas de empoderamento infantil de maneira sutil e impactante. No total, a iniciativa soma mais de 15 atrações distribuídas em horários flexíveis, facilitando a adesão de diferentes perfis familiares e escolares.
Para participar, o público deve comparecer diretamente à Biblioteca Central do Estado, sem necessidade de inscrição prévia, o que maximiza o alcance comunitário. A realização pela Fundação Pedro Calmon, sob a Secretaria de Cultura, insere-se em um calendário maior de eventos literários na Bahia, como exposições sobre biomas locais e feiras de profissões, que também ocorrem no mesmo espaço. Essa continuidade demonstra o compromisso estatal com a educação cultural contínua, especialmente para faixas etárias iniciais. O festival não apenas entretém, mas educa de forma implícita, usando a brincadeira como ferramenta para internalizar valores como diversidade e imaginação. Ao final dos três dias, espera-se que centenas de crianças saiam com maior interesse por livros, contribuindo para estatísticas positivas de leitura no estado. A programação completa, disponível em canais oficiais, serve como guia para planejamento familiar, reforçando o papel das instituições públicas em nutrir a próxima geração de leitores baianos.
Foto: Ascom/FPC
Fonte das informações: Ascom/FPC