Banco Mundial destaca 300 t em cooperativas da Bahia

Banco Mundial concluiu missão técnica na Bahia após inspecionar, entre 11 e 12 de setembro, quatro cooperativas financiadas pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e comprovar o processamento de 300 toneladas de frutas, resultado considerado emblemático para a agricultura familiar no estado.
A equipe de especialistas percorreu os municípios de Monte Santo, Tucano e Ribeira do Pombal para monitorar os avanços dos editais Agroindústrias Dinâmicas e Agroindústrias Ativas, executados pela CAR, estrutura vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural. O itinerário contemplou a Cooperativa Regional de Agricultores Familiares e Extrativistas da Economia Solidária (Coopersabor) e a Associação Comunitária dos Agricultores Familiares de Tapera (ADAFT), ambas em Monte Santo; a Cooperativa de Produção da Agricultura Familiar de Lagoa de Dentro e Região (Cooperlad), em Tucano; e a Cooperativa da Cajucultura Familiar do Nordeste da Bahia (Cooperacaju), em Ribeira do Pombal.
Segundo a coordenação do projeto Bahia que Produz e Alimenta, o objetivo da visita foi verificar no terreno se a combinação de assistência técnica, gestão profissional e acesso a mercado está conseguindo expandir renda, emprego e inclusão produtiva para famílias agricultoras. Os técnicos do banco analisaram indicadores de produção, qualidade sanitária, governança interna e inovação de produtos, com ênfase na rastreabilidade e na ampliação de canais de comercialização.
Os resultados apresentados impressionaram pela escala alcançada em curto período. A Cooperlad, referência no semiárido baiano, mostrou que de agosto do ano passado até agora processou cerca de 300 t de frutas nativas da Caatinga, convertidas em mais de 200 t de polpas. O diretor da unidade, Cristóvão Roma, atribuiu o desempenho a investimentos em máquinas de alta capacidade, certificações sanitárias e diversificação de matérias-primas como umbu e licuri, o que possibilitou acessar redes varejistas e programas de alimentação escolar.
Para Ivan Fontes, coordenador do projeto na CAR, a passagem dos consultores internacionalmente reconhecidos consolida a imagem das cooperativas como vitrines de boas práticas. Ele ressaltou que a presença do banco demonstra, de forma inequívoca, a eficácia do modelo que integra assistência técnica contínua, capacitação em gestão e aporte de recursos para modernização industrial. “A missão confirma que o dinheiro investido chega à ponta e transforma realidades em comunidades rurais”, pontuou.
O especialista ambiental Lauro Bassi, que representou o Banco Mundial durante o roteiro, avaliou que as organizações visitadas cumprem requisitos de sustentabilidade, inovação e inclusão econômica. De acordo com ele, a expansão da produção com baixo impacto ambiental reforça a decisão da instituição de manter e ampliar o cofinanciamento de iniciativas voltadas à agregação de valor em cadeias lideradas por agricultores familiares.
Além do volume processado, o grupo técnico destacou a criação de empregos diretos, o aumento da renda média dos cooperados e a redução de perdas pós-colheita como evidências de sucesso. Relatórios preliminares indicam que a estratégia de verticalização da produção contribui para fixar famílias no campo, dinamizar economias locais e consolidar a agricultura familiar como eixo do desenvolvimento rural baiano.
Com a missão concluída, CAR e Banco Mundial deverão atualizar o plano de desembolsos e definir novos indicadores de desempenho para o próximo ciclo de investimentos. A expectativa é ampliar a cobertura dos editais para outras regiões do estado, priorizando projetos que associem inovação tecnológica, gestão participativa e acesso a mercados institucionais e privados.
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Fonte das informações: SECOM – Secretaria de Comunicação Social