Baianos lideram Mundial de Ciências 2025 com dois prêmios
Estudantes da rede estadual da Bahia conquistaram o 1º lugar na categoria Educação e o Prêmio Destaque do Destaques no Mundial de Ciências e Tecnologias 2025, realizado em Valparaíso, Chile, até sábado (18). Os resultados confirmam o avanço da produção científica estudantil baiana em eventos internacionais e refletem o investimento da Secretaria da Educação do Estado, que bancou a viagem de alunos e orientadores por meio de edital público.
A competição, que reúne delegações de vários países, contou com a participação de dois grupos da educação básica baiana. O primeiro é liderado por Daniel Santana, 18, aluno da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual de Tempo Integral Rui Barbosa, em Boninal. O segundo reúne as estudantes Giovanna Chaves, 16, Iasmim Viana, 18, e Eduarda Silva, 18, integrantes do Clube de Ciências Sementes da Bahia, vinculado ao Centro Juvenil de Ciências e Cultura de Salvador. Ambos apresentaram pesquisas voltadas a questões sociais e ambientais, alinhadas às demandas contemporâneas de diversidade e sustentabilidade.
O projeto “Diversidade étnico-racial para uma educação antirracista, decolonial e intercultural”, conduzido por Daniel, garantiu o 1º lugar na categoria Educação. Segundo o estudante, o reconhecimento internacional comprova que iniciativas que enfrentam o racismo e valorizam a diversidade “atravessam fronteiras e fazem história”. A pesquisa surgiu da vivência escolar do jovem, que identificou a necessidade de inserir debates étnico-raciais no cotidiano do ensino médio, propondo metodologias participativas para docentes e discentes.
Naiara de Carvalho, orientadora do trabalho, destacou que a atuação científica transformou o perfil acadêmico do aluno. Para ela, o processo de investigação ampliou o senso crítico de Daniel e fortaleceu sua capacidade de intervenção social, gerando impactos diretos no entorno comunitário. “O compromisso e a visão desenvolvidos neste percurso são ferramentas para toda a vida”, afirmou a professora, reforçando o caráter formativo da experiência.
Na mesma feira, o trio formado por Giovanna, Iasmim e Eduarda recebeu o Prêmio Destaque do Destaques com a pesquisa “Cura natural: preservação de plantas africanas com propriedades medicinais do Brasil”. Vinculadas ao CJCC de Salvador, as estudantes investigaram espécies de origem africana que se adaptaram ao ecossistema brasileiro e mantêm relevância terapêutica nas comunidades tradicionais. “Perceber que a iniciação científica ultrapassa fronteiras tornou o esforço de viajar ao Chile ainda mais marcante”, relatou Giovanna, comemorando a distinção.
Responsável pela orientação do estudo, a professora Laísa Brandão avaliou que a premiação consolida o resultado de “muito estudo e trabalho”. Na visão dela, o reconhecimento internacional amplia as perspectivas das alunas sobre a educação científica e confirma o potencial transformador da pesquisa no ensino médio. “Muda o olhar para o estudo e muda vidas”, sintetizou.
Outro representante da delegação baiana, o projeto “Aromas da Chapada – sabão artesanal” foi apresentado pelos estudantes Israiany Andrinyelle Silva e Lucas Santos, do Colégio Estadual Professora Nilde Maria Monteiro Xavier, em Palmeiras. Sob orientação de Jadson Conceição e coorientação de Sérgio Lopes, a proposta transforma resíduos poluentes em sabão sustentável, capaz de gerar renda local e replicar-se em outros territórios da Chapada Diamantina. Embora não tenha recebido troféu oficial, a iniciativa foi apontada pela comissão avaliadora como referência de inovação social.
As três pesquisas viajaram ao Chile com apoio financeiro da Secretaria da Educação da Bahia, que cobre passagens, hospedagem e materiais por meio de edital lançado para incentivar a participação em eventos científicos nacionais e internacionais. De acordo com a pasta, a estratégia fortalece a construção de conhecimento dentro das escolas e eleva o protagonismo estudantil do estado em feiras globais. As conquistas em Valparaíso somam-se a premiações recentes obtidas por equipes baianas em competições na América do Sul, na Europa e no Brasil, reforçando a consolidação de uma cultura de pesquisa no ensino médio público baiano.
Crédito Foto: Ascom/SEC
Fonte das informações: SECOM – Secretaria de Comunicação Social
