Sesab expõe modelo do SUS Bahia a delegação colombiana em agenda coordenada pela Opas

Sesab iniciou nesta segunda-feira (25) a recepção de 15 representantes do Ministério da Saúde e Proteção Social da Colômbia para uma visita técnica que se estenderá até sexta-feira (29), promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O objetivo central é apresentar, em campo, o desenho da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Sistema Único de Saúde da Bahia, evidenciando estrutura, fluxos assistenciais, regionalização e governança.

A mesa de abertura, realizada no Auditório Lúcia Alencar, reuniu autoridades estaduais e internacionais. No discurso inaugural, a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, destacou que a universalidade do SUS depende de decisão política firme e que a experiência baiana pode oferecer subsídios ao processo de reforma em curso na Colômbia. Segundo ela, o intercâmbio é bilateral, pois também há aprendizados a colher com a realidade colombiana.

Representando a Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil, Júlio Pedrosa ressaltou o protagonismo da Bahia em desenvolvimento regional e a intenção de manter intercâmbios continuados. Ele sugeriu uma futura missão baiana a Bogotá para aprofundar a cooperação, enfatizando que a Opas atuará como articuladora permanente entre os dois países.

Também compuseram a mesa Joanna Paroli, superintendente do Ministério da Saúde na Bahia; Juan Garcia, por parte da Opas Colômbia; Maria Luiza Campelo, do Cosems-BA; Marcos Gêmeos, do Conselho Estadual de Saúde; e Olga Lucia Zuluaga, da Associação Colombiana de Hospitais Públicos. A presença desses atores sinaliza, segundo Roberta Santana, a convergência institucional necessária para expandir a Atenção Primária à Saúde (APS) em toda a região.

A agenda foi precedida por três webinários preparatórios conduzidos pela Coordenação de Planejamento Regional Integrado da Sesab (COPRI/APG) em parceria com a Opas. Nessas sessões, equipes técnicas baianas detalharam indicadores, protocolos e ferramentas de monitoramento da RAS, oferecendo aos colombianos um panorama preliminar antes da imersão presencial.

Ao longo dos cinco dias, a delegação participará de roteiros em Salvador e Alagoinhas. Na capital, os visitantes percorrerão a Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, o Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred) e unidades de alta complexidade como o Hospital Geral Roberto Santos, a Maternidade Maria da Conceição de Jesus, o Hospital do Subúrbio, o Hospital Ortopédico do Estado e o Hospital Estadual Mont Serrat de Cuidados Paliativos.

Em Alagoinhas, a programação inclui a Unidade de Saúde da Família José Eduardo da Silva, o CAPS III Tom Brasil e a Policlínica Regional, consideradas vitrines da estratégia de regionalização baiana. Nessas visitas, gestores e técnicos poderão observar a integração entre Atenção Primária, média complexidade ambulatorial e serviço hospitalar, eixo que a Colômbia pretende consolidar em sua reforma.

Os colombianos têm interesse específico em mecanismos de vigilância em saúde, controle social e modelos de financiamento. A Sesab apresentará o funcionamento dos conselhos de saúde, o uso de painéis de indicadores em tempo real e o planejamento orçamentário baseado em metas regionais. Júlio Pedrosa avaliou que esses componentes podem ser replicados, com ajustes, no cenário colombiano para garantir sustentabilidade financeira à APS.

Durante as reuniões técnicas, serão analisados casos de sucesso em linhas de cuidado materno-infantil, reabilitação de pessoas com deficiência e medicina de urgência. Segundo a Sesab, os visitantes receberão relatórios metodológicos e poderão acessar protocolos clínicos digitalizados, fortalecendo a transferência de conhecimento além do intercâmbio presencial.

O governo baiano aposta que a cooperação contribuirá para ampliar a visibilidade internacional do SUS Bahia e atrair novas parcerias multilaterais. De acordo com Roberta Santana, a experiência acumulada durante a pandemia demonstrou a importância de alianças regionais e a Opas foi decisiva no aporte de insumos, treinamento e logística, o que agora se converte em ações estruturais voltadas ao fortalecimento da rede.

Para a Colômbia, o momento é estratégico. O Ministério da Saúde e Proteção Social trabalha em projeto de lei que institucionaliza a APS como porta de entrada do sistema, cria redes integradas de atenção e amplia o papel do Estado na provisão de serviços. A delegação considera a Bahia um caso de uso real que alia capilaridade territorial e controle social, elementos fundamentais para a meta colombiana de acesso universal.

Ao final da semana, será assinado um termo de intenção para manter intercâmbio técnico, prevendo reuniões virtuais trimestrais, compartilhamento de bases de dados e possibilidade de estágio de profissionais colombianos em unidades baianas. A Opas atuará como observadora e garantirá acompanhamento dos resultados, reforçando a meta de fomentar sistemas de saúde resilientes na América Latina.

Crédito Foto: Leonardo Rattes/Ascom Sesab

Fonte das informações: Ascom/Sesab

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